Say My Name


Mudanças são sempre presentes em nosso cotidiano, se não fossem por elas, nossa vida seria chata e monótona (ta certo que para alguns ainda é, mesmo após as mudanças, mas isso não importa), sejam elas para melhor ou para pior, como o seu time de futebol que em um ano foi campeão e que no outro foi rebaixado (exceto se o seu time tiver um bom advogado), normalmente isso acontece por causa das mudanças no elenco da equipe, e na nossa vida isso não é diferente.

Seja por mudança de rotina, amigos ou até de casa, tudo isso pode causar consequências em nossa personalidade, podemos nos tornar pessoas super legais ou pessoas muito insuportáveis com o tempo, eu imaginava quando criança se gostaria de mim mesmo se me encontrasse mais velho, e hoje em dia vejo que a resposta seria: NÃO. Eu nunca esperava me tornar alguém autoritário que odeia tudo, e esse tipo de ser humano era o que eu mais odiava quando criança.

Talvez o meu “eu” de hoje em dia goste do que eu possa me tornar daqui a vinte anos, eu tenho planos para que isso aconteça (colocá-los em prática pode ser outra história), e já que estou parecendo um velho rabugento aos 20 anos, vejo que preciso melhorar de personalidade antes de chegar aos 40.

Tenho algumas teorias que podem justificar a minha constante mudança de personalidade nos últimos meses, pode ser consequência de uma criação não-mimada dos meus pais, alguns momentos de bullying na infância ou até mesmo porque eu me canso rápido demais de algumas coisas e rotinas. Bem, podem ser vários motivos, e atualmente me identifico com várias coisas que retratam a mudança de personalidade de um ser humano, a última delas foi a magnífica série Breaking Bad.

Para quem não viu, Breaking Bad conta a história de Walter White, um professor de química que tem a sua vidinha medíocre e que, após descobrir que tem câncer resolve usar todos os seus conhecimentos químicos para produzir metanfetamina, tudo com o objetivo inicial de deixar dinheiro para a família após a sua morte, porém depois de um tempo, acaba não sendo mais pelo dinheiro, e sim para Walter sustentar o seu próprio ego.

A premissa da série é justamente mostrar a que ponto pode chegar a mudança da personalidade humana, começando com um título bem sugestivo, já que Breaking Bad é uma gíria americana para “Tornando-se Mau”, e é o que realmente acontece no decorrer das temporadas, é como se você pegasse um Mr. Bean da vida e o transformasse no Scarface, e a mudança sutil no decorrer dos episódios faz com que você entenda essa mudança de personalidade do mocinho se tornando um vilão (que é bem melhor retratada aqui do que em Star Wars, chupa George Lucas).

E o genial da série é que nos identificamos com essa mudança do personagem, já que, mesmo sabendo que ele se torna um tremendo filho da puta, ainda torcemos por ele, pois nos vemos ali e entendemos os motivos que o levaram a fazer aquilo. A frase mencionada no titulo desse post é um momento, já na última temporada, que mostra definitivamente a mudança de personalidade do personagem, onde ele deixou totalmente de ser Walter White para se tornar o seu pseudônimo Heisenberg.

Essa é nossa vida, uma constante mudança, às vezes não tão radical como retratado em Breaking Bad, mas que existe, mesmo nós não percebendo tanto, sempre está ali, e assim como na série, nossos amigos e familiares percebem antes de nós mesmos, não sei se é possível parar com essa constante mudança, só espero manter a consciência e não sair por aí fabricando metanfetamina.

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