Em 1987 o diretor holandês Paul Verhoeven construiu uma considerável e importante obra do cinema de ficção científica, chamada "RoboCop", sobre um policial morto em combate e reencarnado numa máquina, repleto de violência, críticas a sociedade e sátiras dos padrões de vida americanos, o longa se tornou um clássico, mas devido as suas sequências fracas, o personagem se tornou cada vez mais infantil, até ser apresentado um projeto de remake que recriaria o policial do futuro, e este ano o projeto de remake foi apresentado ao público, e com surpresas positivas.
Dirigido pelo brasileiro José Padilha (Tropa de Elite 1 e 2) em sua primeira produção Hollywoodiana, o filme conta com vários pequenos detalhes que respeitam a versão original, como a trilha sonora do filme de 1987 e a armadura original que aparecem nesta nova obra, mesmo por pouco tempo, além de aproveitar outros detalhes para abrir espaço para as renovações, como o jornal televisivo, que na versão clássica satirizava a sociedade americana através de suas notícias e comerciais, nesta nova versão o jornal ganha uma cara sensacionalista, apresentado pelo Samuel L. Jackson, que lembra muito o jornal de "Tropa de Elite 2".
Enquanto que na versão original vemos a transição de homem se tornando máquina e no final se tornando homem novamente, nesse temos a transição homem, homem-máquina, máquina, homem, que foi muito bem desenvolvida, mostrando os detalhes de cada transição, algo que fica implícito no filme original. Outras coisas são presentes na versão original que acabaram exageradas neste remake, como a luta entre RoboCop e Ed-209, que nesta versão foi apenas um compilado de efeitos especiais, e a aparição do rosto de Alex Murphy depois de se tornar RoboCop, que enquanto no original o rosto só se mostrava no final, causando mais tensão, nesta versão o rosto é mostrado o tempo inteiro, desde o começo.
A falta de violência também é um ponto fraco do filme, já que são retratados conflitos como guerras, crimes como assassinatos e corrupção, a falta de sangue se mostra presente em cenas onde ficariam melhores se fossem sangrentas, além de a versão de 1987 ser totalmente sangrenta, chocante e gore, com cenas como execuções e pessoas derretendo, tudo isso foi compactado a ponto de se tornar um filme com censura 14 anos nesta nova versão, e apesar de ter cenas repugnantes no remake, como a cena em que é revelado o que sobrou de Alex Murphy debaixo da máquina, o fator gore é bem fraco.
Porém a direção de Padilha está ótima, com takes usando câmera de mão, marca já registrada do diretor. Mas o ponto forte do longa são as atuações, em especial de Gary Oldman, que está incrível, tanto que ele rouba todas as cenas em que aparece, Michael Keaton, Jackie Earle Haley também estão ótimos, além de Samuel L. Jackson, que usa sarcasmo e ironia em seu papel de apresentador, o roteiro também está muito bem escrito, fazendo o filme ser bem conduzido e as cenas de ação estão boas.
AVALIAÇÃO FINAL
Bom |
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